sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Um exemplo vale mais do que mil palavras: Che Vive

Todos no Brasil presenciou a palhaçada escrita pela revista altamente tendenciosa e direitista, mancomunada com o capital externo, VEJA publicou um absurdo falando mal do grande revolucionário Che Guevara. Como essa revista gosta mesmo é de vender sem compromisso ético e responsável com os fatos jornalísticos, se achou no direito de difamar um homem que deu a vida por uma causa coletiva, hoje coisa rara de se ver. Sabendo que iria completar esse ano 40 anos da morte de Che, ela coloca como manchete de capa “Che, a Farsa do Herói”. Então vamos contar de forma resumida e com auxílio da verdadeira biografia, quem foi esse homem e porque queria tanto que a América Latina se visse livre e autônoma do julgo Yanke.

Nascido em 14 de junho de 1928 na cidade de Rosário (Argentina), Guevara foi o primeiro dos cincos filhos do casal Ernesto Lynch e Célia de la Serna y Llosa. Sua mãe foi a responsável por sua formação de esquerda, pois ela era altamente politizada. Desde pequeno Ernesto sofria de ataques de asma e por essa razão, aos 12 anos, se mudou com a família para as serras de Córdoba, onde morou perto de uma favela e fez amizades com eles.

Che estudou grande parte do ensino fundamental em casa com sua mar. Na biblioteca de sua casa – que reunia cerca de 3000 livros – havia obras de Marx, Engels e Lênin, teóricos que influenciaram o futuro guerrilheiro. Em 1947, Ernesto entra na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires. Em 1952, realiza uma longa jornada pela América do Sul com o melhor amigo, Alberto Granado, percorrendo 10.000 km em uma moto Norton 500, apelidada de ‘La Poderosa’. Os oito meses dessa viagem marcam a ruptura de Guevara com os laços nacionalistas e dela se origina um diário (e depois no século XXI foi transformado em filme). Escrever diários torna-se um hábito para o argentino, fazendo-o até a sua morte.

Che então foi para o Peru trabalhar com os leprosos e resolveu se tornar um especialista nessa doença. Dessa viagem, Che fica tocado com a pobreza e a injustiça social que encontrou ao longo do caminho e se identificou com a luta dos camponeses por uma vida melhor. Envolvido com a política, em 1953 viajou para a Bolívia e depois segui para Guatemala com seu novo amigo Ricardo Rojo. Na Guatemala, Ernesto conheceu sua futura esposa, a peruana Hilda Gadea Acosta.

Na Guatemala ele vai presenciar Arbenz Guzmán – Presidente da República – tentando fazer um governo de esquerda moderado, começando pela reforma agrária; porém foi impedido pelo imperialismo dos EUA, descontentes com tal ato que tiraria terras improdutivas de suas empresas concedendo-as aos famintos camponeses. Os Norte-americanos então implantaram uma ditadura militar na Guatemala, fazendo com que a antipatia de Che pela política yankees se elevasse. Com o clima tenso e perseguido pela ditadura, Ernesto teve que deixar o país e se refugiar no México.

No México ele foi trabalhar em uma Universidade lecionando e também atuando com médico no Hospital Geral da Cidade do México, onde foi apresentado a Raúl Castro. Este apresenta Che a seu irmão mais velho Fidel que, do mesmo modo, tornou-se amigo instantaneamente. Em uma noite eles conversaram sobre política mundial e, ao final, estava acertada a participação de Che no grupo revolucionário que tentaria o poder em Cuba.

A partir desse momento começaram a treinar táticas de guerrilha e operações de fuga e ataque. Em 25 de novembro de 1956 os revolucionários desembarcam em Cuba e se refugiam na Sierra Maestra, de onde comandam o exército rebelde na bem sucedida guerrilha que derrubou o governo de Fulgêncio Batista. Depois da vitória, em 1959, Che torna-se cidadão cubano e vira o segundo homem mais poderoso de Cuba.

Guevara queria levar o comunismo a toda a América Latina, por isso resolveu sair do poder comunista de Cuba e foi tentar libertar os outros países da América Latina e Sul do julgo imperialista americano do norte. Da revolução em Cuba até sua morte, amargou três mal-sucedidas expedições guerrilheiras. A primeira na Argentina, em 1964, a segunda no antigo Congo Belga, hoje República Democrática do Congo. E por fim na Bolívia, onde acabaria executado.

Che Guevara foi capturado em 8 de outubro de 1967, passou a noite numa escola de La Higuera, a 50 km de Vallegrande, e, no dia seguinte, por ordem do presidente da Bolívia, general René Barrientos, foi executado com nove tiros. Seu corpo nunca fora encontrado, até que em 1997, encontraram o corpo de Che sem as mãos, enterrado no terreno do aeroporto de Vallegrande.

Mas esse grande homem também esteve no Brasil no governo de Jânio Quadros e foi condecorado por ele. Na época foi uma reviravolta sobre Jânio, tachando de presidente comunista. A impressa naquele período, sensacionalista, como hoje e sempre, a revista VEJA, perjurava sobre o guerrilheiro Che, dizendo que era, entre tantas outras coisas, de terrorista, sendo que o maior terrorismo é o terror da subserviência ao dinheiro a qualquer custo.

Obs: Parte dessa pequena biografia foi extraída e adaptada do jornal da APLB SINDICATO, nº 324, outubro de 2007.

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