segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Proclamação da República - assim é que se conta.

Nesta quarta dia 15 de novembro iremos comemorar 117 anos da tão proclamada República. Foi um acontecimento que sepultou definitivamente a Monarquia brasileira e implantou uma nova forma de governar que até hoje perdura com todas as modificações sofridas. Mas como acontecerem esses fatos? A monarquia aconteceu de supetão? É o que iremos ver logo abaixo.

A monarquia já vinha sofrendo revezes, desde a Guerra do Paraguai que a política centralista de D. Pedro II já vinha sendo questionada pelos militares e vai se reforçar quando o monarca, autoritariamente, manda prender bispos e até coronéis do exército – é o que chamamos questões religiosas e militares.

D. Pedro II vivia num regime Parlamentarista diferente aos incrementados na Inglaterra, aqui quem mandava e desmandava era Pedro, este não obedecia à hierarquia das esferas de governo, sendo ele mesmo o Chefe de Estado e o executor. Os partidos, que eram apenas dois, conservadores e os liberais, se revezavam no poder conforme a conveniência de Pedro II, ambos falavam a mesma língua, não se divergindo em quase nada ideologicamente.

Em 1888, ano em que foi consagrada a libertação escravocrata negra – uma luta conquistada pela luta dos negros, abolicionistas, republicanos, intelectuais e pela vontade dos ingleses em ter mais consumidores em variantes lugares – os fazendeiros (elite econômica) que perderam a sua mão-de-obra e não viram a restituição pela perda deste, queriam também uma mudança de governo, já que o próprio Monarca fazia vista grossa por essa camada social. O povo nada tinha e nada poderia mudar a sua classe social (mobilidade social) ficando a mercê dessa política segracionista e elitista. Os imigrantes viviam num regime de parceria de exploração em que não vislumbravam em pouco tempo ter sua terra para cultivo – plano mirabolante enaltecido pelo Governo Parlamentar de D. Pedro II. As mulheres viviam submissas aos seus machos (patriarcalismo) e subserviente aos familiares, não tendo a chance de escolher se quer o seu próprio destino.

Esse era o cenário do Brasil em meados do século XIX. Com a política externa de D. Pedro sendo suplantado pela inglesa e os investimentos tendo ascendência apenas pelo café, o Brasil se via metido em crises e mais crises no governo de Pedro II. O estopim foram as prisões arbitrárias a mando de Pedro em que os militares se viram desqualificado por seu superior. Estes queriam que o primeiro ministro de D. Pedro II, o Visconde de Ouro Preto, fosse posto pra fora, estava envolvido em desvio de verbas dos recursos que se destinariam para os militares. O Clube Militar (uma organização do alto escalão do exército e de ilustres pessoas econômicas que discutiam sobre os rumos políticos que o Brasil tomava) estava em reunião e convida o baiano Rui Barbosa para palestrar e iniciar as solenidades.

O chefe do Clube Militar era o Marechal Deodoro da Fonseca que tinha pavor do Primeiro Ministro do governo de D. Pedro II. Deodoro era monarquista, amigo de D. Pedro II, porém, não estava contente como esse governo vinha agindo. Rui Barbosa também não suportava o Primeiro Ministro, aliás Rui era progressista e republicano, queria ver o Brasil se industrializando, tinha um plano para o desenvolvimento do país. Rui Barbosa em seu discurso fala dos problemas em que estavam envolvidas a Monarquia e a falta de plano de desenvolvimento para o Brasil, culpa também o primeiro ministro por está envolvido em fraudes e ser conivente com D. Pedro II.

O movimento republicano cada vez mais crescia e tomava corpo no Brasil. O Partido Republicano Paulista (encabeçados por bases da elite paulista) exigia mudanças, a Igreja de certa forma não queria que o monarca se intrometesse mais com as questões clericais (beneplácito e o Padroado), o exército queria de imediato um país cuja semelhança com o Paraguai, antes da guerra, seria de bom agrado. Isto quer dizer que D. Pedro II estava sozinho, sem apoio expressivo e sua derrocada era questão de tempo.

A Marinha do Chile vai ser hospedada no Brasil, em que seria a última manifestação festiva da monarquia. Convidam mais de cinco mil pessoas e o Marechal Deodoro não pode ir devido a uma indisposição de saúde.

Rui Barbosa e benjamim Constant espalha um boato de que Deodoro estava preso a mando de D.Pedro II e seu executor o primeiro ministro. Os quartéis se revoltaram, e no dia 15 de Novembro de 1889 as milícias foram cercar o Palácio Central do governo de D. Pedro II, exigindo a renúncia e a soltura do Marechal. Sem saber o que se passava, o Visconde de Ouro Preto fica estupefato achando que o exército na rua era sinal de revolta popular e que eles estavam lá para salvaguardá-lo. O Marechal Deodoro da Fonseca aparece de supetão e grita que está Proclamada a República Federativa do Brasil.

D. Pedro II, ex-monarca, estava em Petrópolis e quando soube, vem de imediato pro Rio de Janeiro, ao chegar recebe um comunicado que ele não é mais monarca e deve, junto a sua família, se retirar do país, ser extraditado. A bandeira da República foi feita nas pressas, quase igual a dos Estados Unidos, e o povão estava na rua sem saber o que se passava, não entendiam o que era República, ou seja, a República brasileira surgiu sem projetos, sem participação popular, sem ouvir as bases, diferente de outros países da América Latina e Europa. Não houve um movimento em que os civis pudessem estar no poder, tanto foi assim que o primeiro Presidente imposto do Brasil será um militar – o Marechal Deodoro da Fonseca.

Por: Wagner Freitas.

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