O mês de maio começa com um grande acontecimento que é justamente analisarmos o dia do trabalho e fazermos inúmeras indagações sobre esse dia. Um dos maiores problemas que enfrentamos ainda é o fenômeno do desemprego. As grandes maiorias dos brasileiros sofrem para ter o emprego e principalmente ter estabilidade no seu emprego. São vastos os problemas de emprego-desemprego neste imenso território. Outro momento crucial deste mês é o dia 13, tido pelo calendário oficial como o dia da abolição da escravatura. Esse é outro fato que merece ser esclarecido e ampliado – quais as formas de escravidão que vivemos hoje? Tivemos também a greve de fome do futuro candidato a presidente da república pelo PMDB o Antony Garotinho, a escalação oficial da seleção brasileira de futebol e por fim até o momento as ondas de violência causadas pelas hordas carcerárias de São Paulo e os delinqüentes marginais do tráfico. O objetivo é tecermos um pequeno comentário sobre esses episódios do mês de maio de 2006. O dia do trabalho foi difundido no mundo devido aos protestos ocorridos nos Estados Unidos no final do século XIX. No dia 1 de Maio de 1886 realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de centenas de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns protestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket. Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersa pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais. A 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países. Pois bem, depois desses acontecimentos históricos e analisando hoje em dia, percebemos que muita coisa mudou em relação à jornada de trabalho e direitos trabalhista – no Brasil Getúlio cria as leis trabalhistas. Mas problemas novos foram também surgindo com as transformações do trabalho moderno, é o caso de quem trabalha com o computador, essa máquina que moldou os trabalhadores a se aperfeiçoarem na área e com ela também vieram doenças como a Le (doença criada por esforços repetitivos). Mas muito está para ser feito nesse campo, como a proposta de redução da jornada de trabalho para contratarem mais trabalhadores e diminuir o mercado informal que assola o nosso país. Associado a isso, ou seja, além da luta de classe, existe também a luta social. As pesquisas mostram que no montante sobre o desemprego, são os negros que compõem a maioria. Aqui a luta pela sobrevivência é muito mais do que competição de classe, passa também pela discriminação, racismo e pelo preconceito de cor. Fica mais difícil ainda arranjar um bom emprego e viver bem – se que existe isso no nosso país – se for mulher-negra, mulher-nordestina e mãe-solteira. A escravidão de hoje tem outros rompantes, é como diz o jornalista Marcel Leal, do jornal A Região de Itabuna BA: “Ontem os escravos eram bem definidos: negros vindos da África, vendidos por outros negros aos brancos que faziam o transporte até o Brasil. Hoje a escravidão continua, mas disfarçada e com formas variadas. Existe muito trabalho escravo, vitimando brancos e negros em fazendas (até de deputados) e empresas. Nesse meio todo teve o Garotinho da Rosinha. O nome é apropriado para a própria pessoa, é realmente um homem por se fazer. Achando-se injustiçado com alguns meios de comunicação, especificamente jornal o Globo e revista Veja, resolve fazer greve de fome em companhia de sua família, no qual constantemente o ajudam, dando-lhe água e esporadicamente soro. O seu partido é dividido, uns apóiam a candidatura dele ou a candidatura única e outros apóiam a não candidatura para a vaga de Presidente da República. Nessa corda bamba o garotinho segue choramingando e querendo apoio dos fies protestantes para seguir sua carreira de bebê chorão. Vamos ver aonde isso vai chegar. E nesse bojo surge também o que tantos queriam ver e ouvir do técnico da seleção de futebol Carlos Alberto Parreira – os definitivos jogadores que irão participar da Copa do Mundo de 2006. Não foi de muita surpresa o que se viu, na verdade já se esperava o que ele escalou, com exceção de Rogério Cenin (goleiro do São Paulo), Fred (ex atacante do Cruzeiro). Agora é torcer pra ver no que vai dar, acredito que só perderemos a copa se deixarmos levar pelo excesso de estrelismo. É necessário dizer também que mesmo com acontecimentos paralelos, não podemos de criticar os acontecimentos político-sociais que por vier, mesmo se superarmos a copa de 70. Como a vida não pára para apenas gozarmos dela, surge então os focos isolados de violência em São Paulo. Na verdade esse foco é diário e em todo o estado brasileiro, o que vimos foi apenas uma concentração maior em pouco espaço de tempo e a mídia dando ênfase eloquentemente aos bandidos e seus séqüitos. Analisa-se também que o sensacionalismo evidencia o fato de “heroísmo” dos bandidos, eles se acham importantes, tanto que incomodam a sociedade ordeira. Temos que analisar os fatos mais racionalmente, ver o porquê dessas atitudes, o que eles reivindicam, como estão “vivendo” em suas selas; mas isso também não os dão direito de desesperar a sociedade brasileira e cometendo crimes contra a população. Temos que ser mais enérgicos com as nossas leis, aprovar soluções que viabilizem o bom convívio entre aqueles que comentem delitos e a sociedade que segue seu curso de forma “pacífica”. Não vamos fazer disso um Show de Truman, exibir nas telas sucessos e percas, vitórias e derrotas de ninguém, temos sim que discutir mais afinco sobre essas situações e levantar um amplo debate, associados as mobilizações civis. Por: Wagner Freitas. |
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
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